Dedicamos esta seção às memórias,às experiências de vida e aos relatos dos fatos que marcaram nossos autores
As
coisas parecem mudar totalmente quando a gente cresce. A forma de encarar o
mundo, o jeito de viver, as percepções sobre as coisas, o modo de ser feliz. Na
infância, minha felicidade se resumia a um sábado. Era o momento
"eterno" em que poderia passar o dia inteiro brincando, correndo,
ralando o joelho e levantando para brincar mais um pouco. Passava a semana
inteira fazendo aquela pergunta a minha mãe: "o sábado já tá
chegando?" E quando ele chegava, era uma festa imensa.
Transição
As
coisas parecem mudar totalmente quando a gente cresce. A forma de encarar o
mundo, o jeito de viver, as percepções sobre as coisas, o modo de ser feliz. Na
infância, minha felicidade se resumia a um sábado. Era o momento
"eterno" em que poderia passar o dia inteiro brincando, correndo,
ralando o joelho e levantando para brincar mais um pouco. Passava a semana
inteira fazendo aquela pergunta a minha mãe: "o sábado já tá
chegando?" E quando ele chegava, era uma festa imensa.
Havia
a simplicidade da satisfação com todo e qualquer presente com o qual eu pudesse
brincar e mostrar aos meus amigos. Já tinha a minha carreira e vida toda
planejada. Queria ser médica que cuida de bicho. Na época, era isso. “Veterinária”, até então, era um termo
desconhecido para mim. Acreditava no amor de contos de fadas, nos quais o
príncipe encantado sempre vem. Logo, eu esperava e fantasiava minha vida
perfeita com um príncipe só para mim.
Mas aí fui crescendo. O brilho da infância foi
se apagando. A magia, a simplicidade, e as crenças de quando criança
também. Hoje ser feliz parece ser mais
difícil, mais complexo. Achar a felicidade não é tão simples como brincar na
rua no dia de sábado.
As desilusões se tornaram persistentes. As
exigências seguiram o mesmo caminho. Hoje percebo que um dente a menos na boca
não é um problema. Ter uma janelinha é
nada se comparado aos milhares de padrões de beleza que me rodeiam nesse
momento. As amizades também são mais
complicadas. Tive que encontrar novos
amigos. Os supostos amigos eternos de
outros tempos não duraram muito.
E o
príncipe encantado tarda a vir. Sinceramente, acho que o seu cavalo branco
morreu no caminho e ele desistiu de continuar a pé. Enfim, percebo como eu era
inocente, ao lembrar que uma das minhas principais vontades era crescer.
Fernanda Santiago – 1° ano integrado em Alimentos do Instituto Federal de Sergipe.
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